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Carlos Drummond de Andrade, no poema A procura da poesia, aponta que não se deve procurar poesia nos acontecimentos, ela não é simplesmente fruto do registro emotivo de um evento capturado e transcrito subjetivamente no papel. O poeta ainda adverte, em vários momentos, que “o que pensas e sentes, isso ainda não é poeisa.”, destacando que a poesia se materializa na linguagem e pela linguagem conotativa. Seguindo os preceitos do grande poeta, Alcione de Oliveira enaltece o labor daquele que, burilando a palavra, subtrai poesia dos pequenos nadas que formam o cotidiano das pessoas comuns. Ela se aproveita de sua condição incógnita de cidadã comum para assumir uma posição privilegiada de uma observadora bem ao estilo do flâneur de Walter Benjamin. Ler os poemas de Doce Prisão é se deparar com alegorias bem construídas, com um ritmo alcançado pelas iterações que reforçam o sentimento de amor à arte poética, tratada como ferramenta capaz de assimilar os pequenos, mas não menos importantes, “nadas” que enchem a vida de uma mulher, de uma poetisa atenta ao seu tempo, ao seu mundo.  

 

ISBN: 978-65-88096-05-5

11x22,5cm

Doce Prisão - Alcione de Oliveira

R$ 35,00Preço

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